Olha para trás e eles continuam lá. Só pode continuar a correr enquanto a vontade falar mais alto que o desgaste do corpo. Corre como se o espaço se resumisse a uma linha recta sem fim, nem becos, nem abismos. Não gasta energia a tirar o cabelo que se atravessa teimosamente em frente aos seus olhos, e neste momento, isso já nem a incomoda. Não precisa de ver, simplesmente precisa de continuar a correr. Já mal sente, como se tivesse sido anestesiada, e só se apercebe que caiu de joelhos no chão, porque ouviu um baque seco dos seus ossos a bater no duro cimento. Mil e um pensamentos atravessaram-lhe a mente, no entanto nenhum deles permaneceu mais que dois segundos. Tempo suficiente para sentir uma mão húmida e fria no seu ombro. Não teve coragem para se voltar, não teve coragem sequer para pensar no seu destino… o fim parecia estar tão próximo e no entanto sentia que aquele não podia ser o fim. Não agora, não naquele lugar, não assim. De repente tudo começa a ficar com tonalidades cada vez mais escuras, o chão por baixo do seu corpo desvanece, assim como todas as suas emoções. Abre os olhos. Afinal não passava de um sonho. Dele resta apenas a respiração ofegante.
Levanta-se rapidamente e dirige-se à casa de banho onde passa a cara por água fria. Esfrega a mão no espelho embaciado e observa o reflexo do seu rosto. Afasta os seus compridos cabelos que emanam tons dourados. As gotas de água atravessam a sua pele clara e lisa, contornando o seu nariz e os seus lábios bem delineados. Olha para o relógio de pulso e constata que ainda é cedo. Perfeito. Dirige-se à varanda, abrindo a janela com vista para a cidade e para o rio que a trespassa de um lado ao outro. O sol, ainda nas suas primeiras jornadas de caminho em direcção ao céu, traz consigo a promessa de mais um dia solarengo. O reflexo deste astro naquele rio sempre a fascinara. Era como se houvesse duas dimensões. Onde o real reflectia a sua essência em outro qualquer lugar e só os mais atentos conseguiam senti-lo. Por isso eram poucos aqueles que conheciam o outro lado. Aqueles que conseguiam sentir realmente a felicidade e outros sentimentos mais profundos, mais puros. Claro que toda a gente, em algum momento da sua vida, diz ter sido feliz, ter amado. Mas não durou muito. E é essa a grande diferença daqueles que de facto vislumbram a verdadeira essência das coisas, entre aqueles que simplesmente pensam que sentem. Quando captamos a essência de algo, esse algo torna-se tão belo para nós, tão natural, tão puro, que muito dificilmente conseguimos esquece-lo, ignora-lo. A natureza está cheia de coisas belas, o próprio universo possui uma harmonia de tal ordem que é capaz de fascinar qualquer um que se digne a observa-lo um pouco mais. Ela sabia-o. E era por isso que lhe dava tanto prazer ficar horas simplesmente a observar a natureza e até as próprias pessoas. Foi nesta observação, nesta abstracção de pensamentos, que descobriu uma cura para a alma. Descobriu algo que lhe mudaria a vida para sempre. Antes, vivera de acordo com o que a mente lhe ditava, com o que os pensamentos lhe sussurravam, com as emoções que sentia. Quando amou pela primeira e única vez na vida, tinha breves vislumbres dessa essência, desse sentimento de paz e felicidade que ingenuamente pensava vir dos acontecimentos. Mas não, esses sentimentos vinham de dentro, do mais profundo do seu ser. Era por isso capaz de amar. Capaz de estar com aquela pessoa e não a julgar, ouvi-la, às suas palavras, aos seus silêncios. Agora começava a entender o porquê daqueles olhares atentos que perscrutavam a face dele durante longos minutos. Estava apenas a respirar a sua essência. A deixar-se embalar por uma paz quase aterradora. Era isto. Era isto que sentia quando amava com todo o seu ser. Era simplesmente isto. Simples, mas tão grandioso que só de recordar a fazia tremer. E ela sabia-o. Sabia que não voltaria a senti-lo tão cedo. Só não sabia que algo estava prestes a acontecer, algo que mudaria a sua vida para sempre.
Saphira
Levanta-se rapidamente e dirige-se à casa de banho onde passa a cara por água fria. Esfrega a mão no espelho embaciado e observa o reflexo do seu rosto. Afasta os seus compridos cabelos que emanam tons dourados. As gotas de água atravessam a sua pele clara e lisa, contornando o seu nariz e os seus lábios bem delineados. Olha para o relógio de pulso e constata que ainda é cedo. Perfeito. Dirige-se à varanda, abrindo a janela com vista para a cidade e para o rio que a trespassa de um lado ao outro. O sol, ainda nas suas primeiras jornadas de caminho em direcção ao céu, traz consigo a promessa de mais um dia solarengo. O reflexo deste astro naquele rio sempre a fascinara. Era como se houvesse duas dimensões. Onde o real reflectia a sua essência em outro qualquer lugar e só os mais atentos conseguiam senti-lo. Por isso eram poucos aqueles que conheciam o outro lado. Aqueles que conseguiam sentir realmente a felicidade e outros sentimentos mais profundos, mais puros. Claro que toda a gente, em algum momento da sua vida, diz ter sido feliz, ter amado. Mas não durou muito. E é essa a grande diferença daqueles que de facto vislumbram a verdadeira essência das coisas, entre aqueles que simplesmente pensam que sentem. Quando captamos a essência de algo, esse algo torna-se tão belo para nós, tão natural, tão puro, que muito dificilmente conseguimos esquece-lo, ignora-lo. A natureza está cheia de coisas belas, o próprio universo possui uma harmonia de tal ordem que é capaz de fascinar qualquer um que se digne a observa-lo um pouco mais. Ela sabia-o. E era por isso que lhe dava tanto prazer ficar horas simplesmente a observar a natureza e até as próprias pessoas. Foi nesta observação, nesta abstracção de pensamentos, que descobriu uma cura para a alma. Descobriu algo que lhe mudaria a vida para sempre. Antes, vivera de acordo com o que a mente lhe ditava, com o que os pensamentos lhe sussurravam, com as emoções que sentia. Quando amou pela primeira e única vez na vida, tinha breves vislumbres dessa essência, desse sentimento de paz e felicidade que ingenuamente pensava vir dos acontecimentos. Mas não, esses sentimentos vinham de dentro, do mais profundo do seu ser. Era por isso capaz de amar. Capaz de estar com aquela pessoa e não a julgar, ouvi-la, às suas palavras, aos seus silêncios. Agora começava a entender o porquê daqueles olhares atentos que perscrutavam a face dele durante longos minutos. Estava apenas a respirar a sua essência. A deixar-se embalar por uma paz quase aterradora. Era isto. Era isto que sentia quando amava com todo o seu ser. Era simplesmente isto. Simples, mas tão grandioso que só de recordar a fazia tremer. E ela sabia-o. Sabia que não voltaria a senti-lo tão cedo. Só não sabia que algo estava prestes a acontecer, algo que mudaria a sua vida para sempre.
Saphira
3 comentários:
Está mesmo bonito :)
sudoeste? já deve tar fechado. Gostava de ir ver lily allen e amy macdonald. O rock in rio... Deixa sair o cartaz.
O teu pai é cozinheiro?
Mas os números e as letras não são, de todo, irreconciliáveis.
PS, BE?
Tens uma sorte de viver na cidade... Aqui na parvónia não há quase nada... E mesmo que haja não há transportes -.-'
Quero ser gestor... Ainda não sei se hei-de seguir por economia ou gestão. Tenho nota para os 2...
Andavas com o teu ex há muito tempo?
Curso de inglês: Wall street institute
Patins? Cair? Nem por isso. Patinagem e ski e muito semelhante...
Se gosto de desmontar coisas? Tipo, gosto de físico-quimica e gostava de perceber mais sobre mecanica e fisica... Quimica nem tanto, mas as engenharias ainda nao estao completamente postas de parte!
Adoro brandi carlile :)
Aparelho? Não tenho os dentes todos tortos nem tao pouco. Acho que nao se justifica.
40. Bem dizem... Quando apontas o dedo a alguém lembra-te que tens três dedos a apontar para ti
41. Durmo, no máximo, 7h30m por dia quando tou em aulas
Escrevo poemas sobre tudo... Tipo, amor, sobretudo. Tive uma musa inspiradora aqui há algum tempo e escrevia parecia um doido...
55. Mal, toco mal e canto pior :(
56. Aproximar-me no sentido de fazer uma amizade
Adepto do comboio...
Je parle français parce que c'est utile pour parler avec les femmes françaises...
Aquilo de apontar o dedo era sobre o chocolate...
Se bem que quem ler este comentário assim vai pensar que eu sou louco :S
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