Continuação da história iniciada no blog rosanegra-silvy.blogspot.com

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Já lá vão 20 anos desde o dia que mudara a sua vida para sempre. Recorda-se de ter no seu colo um gato cinzento que de tempos a tempos perscrutava a sua face que emanava traços ainda tão inocentes. O gato fixava os seus grandes e verdes olhos nos olhinhos doces e momentaneamente tão tristes do seu dono. Zé, na altura apelidado carinhosamente de Zezinho, esperava ansiosamente que lhe explicassem o porquê daquela mudança. Até que chegara o momento. 
A tia dirigira-se a ele, e com uma ternura quase divinal, coloca-lhe a mão na face e diz-lhe simplesmente: 
- Meu amor, há uma coisa que tens de saber.
- Sim tia?
- O papá foi fazer uma grande viagem.
- E quando é que volta tia?
- Na verdade, ele não precisa de voltar, porque a partir de agora está em todo o lado, e podes falar com ele sempre que quiseres.
- Quer dizer que se disser olá agora ele responde?
- Sim meu amor, só precisas de ouvir com atenção.
- E para onde é que olho se não o vejo tia? 
- Para ali. – Apontando para a estrela mais luminosa que encontrou. – Olhas para ali, que é onde o papá está agora.
- Mas tia… é de noite. Só posso falar com ele à noite? – Pergunta com uma preocupação visível na voz.
- Sabes Zezinho, apesar de dia não a veres, não significa que não esteja lá. Está lá sempre. Ele estará sempre ali para ti. 
- Hey papá, quando vamos àquele parque ver os animaizinhos todos? Já me tinhas prometido há tanto tempo papá…
A tia não soube o que fazer naquele momento. A voz não lhe saiu. Não conseguiu fazer absolutamente nada. Fixou a estrela, como se também esperasse ansiosamente uma resposta. O silêncio instalou-se. O momento é interrompido pelo soluçar do zezinho. As lágrimas escorrem-lhe pela cara, levando as mãozinhas ao peito como se tivesse sido trespassado por algo. A tia abraça-o com força e não consegue esconder a dor e a tristeza que toda aquela situação lhe provocara. 
Daquele dia, apenas se recorda da desilusão de não ter obtido uma verdadeira resposta. De não ter ouvido a voz do pai como a tia prometera. A partir daquele dia, a vida perdera grande parte do sentido para ele. Num tempo em que a vida era supostamente às cores, mas que para ele ia perdendo gradualmente os tons vivos…

ESTA HISTÓRIA NÃO ESTÁ CONCLUIDA! (como deves ter reparado)
LANÇO AQUI UM DESAFIO: algum blog continuar a história, sem a terminar, passando-a a outro blog e assim sucessivamente.
Vamos usar este mundo virtual para cruzar a imaginação de muitos com a originalidade de alguns :)
Quem quiser continuar a história, deixe um comentário a avisar-me, que é para não continuarem a mesma história simultaneamente em diversos blogs. 
Dêem asas à imaginação ! Ficou à espera de alguém que aceite o desafio ! =D




2 comentários:

Pedro Miguel disse...

"Hei-de dedicar algum tempo a ler posts antigos =)"

São piores do que estes últimos. *.*

Manuela :) disse...

obrigada pelo coment que me fizes'te .. inspiraste'me para mais uns quantos textos a fazer *.*

:)