Hoje.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Hoje tudo me parece diferente. Tudo me parece mais brilhante, com mais cor e calor, numa noite fria e escura.  Caminho para casa com um frio lancinante que me bate na cara, mas o qual não sinto.  Faço questão de tirar as mãos dos bolsos para sentir o vento que passa, e que para mim é uma suave brisa, que me acaricia a pele como aquelas no final de uma tarde de Verão. Hoje pela primeira vez, não oiço musica.  Não preciso dela para marcar o ritmo. Hoje o ritmo é feito pela minha alma, que canta dançando, e ninguém vê. Os meus olhos perscrutam o céu negro, com esperança de encontrar algo que brilhe tanto como o teu olhar, algo que me encha tanto a alma como o teu sorriso. Hoje , até o reflexo da lua cheia no rio me parece diferente. É como se as luzes humanas e as luzes divinais se misturassem numa dança sem fim, numa harmonia quase abismal, tudo compassado pela minha alma. Fiquei triste, por não poder partilhar esta imagem apenas alcançável pelos meus olhos. Queria poder dizer-te que o palco da vida está preparado para nos receber, receber-nos como um “nós”. Hoje, esta paisagem tão habitual para mim, encheu-me de vida, e eu enchi-me de memórias de ti. Hoje apaixonei-me mais um bocadinho pela existência, mais um bocadinho por ti. Respiro fundo e só desejo inspirar a tua essência. Hoje, desejo adormecer embalada em pensamentos de ti.

Phi